O controle de perdas e avarias no transporte de cargas carece de estratégias cruciais para qualquer operação logística, ainda mais porque minimiza custos, protege as margens e garante a satisfação dos clientes. Neste sentido, perdas (furtos, extravios) e avarias (danos físicos ao produto) são adversidades que afetam diretamente o planejamento de estoque e o atendimento ao cliente, além da lucratividade da empresa.
Diante disso, a WTM aborda práticas avançadas de prevenção de perdas e avarias de mercadorias durante as operações logísticas.
Afinal, porque controlar perdas e avarias é fator estratégico?
De modo geral, o controle de perdas e avarias é de suma importância por vários aspectos, uma vez que gera impactos em diversas áreas. Sendo assim, quando há um alto índice de perdas ou avarias ocorrem mais devoluções, substituições e sinistros, o que eleva o custo médio por pedido. Enquanto, na parte operacional isso afeta os inventários, que se tornam imprecisos, interferindo diretamente no planejamento e reposição de mercadorias.
Além disso, entregas com produtos danificados resultam em reclamações, retrabalho e perda de clientes. Há contratos que existem a taxa máxima de avarias, os quais quando ultrapassados podem acarretar em multas.
Categorias de perdas e avarias
Perdas e avarias podem ser classificadas da seguinte maneira:
- Avarias de manuseio interno, como quedas, empilhamento incorreto, uso indevido de equipamentos.
- Danos causados por transporte, isto é, por vibração, empilhamento em veículos e impacto.
- Erros de embalagem, quando a embalagem é insuficiente ou errada para o produto.
- Perdas por roubo/furtos (interno ou externo).
- Perdas administrativas, seja por erros de inventário ou expedição equivocada.
- Ocorrências de retorno e devolução, cliente recebe produto danificado ou errado.
Práticas avançadas de prevenção
Digitalização do inventário (WMS + RFID/IoT)
O sistema WMS quando integrado com dispositivos móveis, ajuda na confirmação de recebimento, put-away e também no picking em tempo real.
Outra tecnologia importante para o controle de perdas e avarias de itens, o RFID, serve para rastrear unidades/pallets sem necessidade de linha de visão. Logo, é adequado para redução de erros e contagens cicladas.
E os sensores IoT tem como objetivo monitorar temperatura, choque e umidade em cargas sensíveis, com alertas imediatos em desvios.
Automação seletiva e visão computacional
Esteiras com scanners e leitores OCR auxiliam na confirmação de rótulos e integridade da embalagem. Assim como, a visão computacional serve para detectar embalagens rasgadas, lacres rompidos ou produtos fora de posição na esteira.
Processos e controles de qualidade na recepção/expedição
É importante realizar um check-in por amostragem + inspeção 100% para SKUs de alto valor e um checklist padronizado, além do registro digital das fotos no momento da recepção/embarque.
Para SKUs mais críticos podem ser feitos protocolos de contagem cega, ou seja, inventário por duas pessoas.
Gestão de riscos com transportadores
Os transportadores devem realizar KPIs mensais como, por exemplo, avarias por 1.000 envios, tempo de entrega, percentual de devolução. Além do mais, os contratos com SLAs precisam estar claros sobre as cláusulas de responsabilidade/indenização.
Embalagem otimizada e proteção
O design de embalagem dos produtos pode ser baseado em análise de falhas (drop tests, compressão, vibração). Com uso de materiais adequados como absorventes, reforço de cantos e paletização consistente. Para detectar violação em trânsito, é essencial que os itens tenham lacres únicos e códigos de verificação.
Cultura, treinamento e segurança
É ideal um treinamento contínuo em manuseio, procedimentos de inspeção e reporte de anomalias, a fim de aumentar o controle de perdas e avarias. Assim também, torna-se interessante os programas de incentivos que priorizem qualidade, isto é, diminuir perdas, em vez de pura velocidade.
Portanto, controlar perdas e avarias é uma estratégia que envolve o uso de tecnologia, processos otimizados, fornecedores e cultura, os quais precisam estar alinhados para que diminuam esses aspectos dentro das operações logísticas, tornando-as mais eficientes, seguras e rentáveis.